João Batista de Andrade Melhores filmes por diretor
João Batista de Andrade (Ituiutaba, 1 de dezembro de 1939) é um diretor e produtor de cinema e televisão, roteirista e escritor brasileiro. Iniciou no cinema ainda estudante (Escola Politécnica da USP) em 1963, curso que teve que abandonar em 1964 (último ano) por causa do golpe militar. Seu primeiro filme, o doc "Liberdade de Imprensa"(1967) traz suas marca, como "cinema de intervenção" e foi apreendido pelo Exército no Congresso da UNE (1968) Participou, embora negue uma adesão, do movimento do Cinema Marginal da Boca do Lixo, destacando-se a sua obra "Gamal, O Delírio do Sexo" (1969). Em 1977, após uma longa temporada no documentário e na televisão, realiza "Doramundo", que mesmo recorrendo à literatura, acaba por levar para o universo ficcional uma carga crítica resultante da sua quase militância no campo do jornalismo televisivo. Neste filme, ele inicia uma das principais características de suas próximas obras: a discussão política através do cinema. Por "Doramundo", João Batista foi premiado com o Kikito de melhor filme e melhor diretor no Festival de Gramado de 1978. No ano de 1981, ele recebeu o Kikito de melhor roteiro por "O Homem que Virou Suco" (1980), filme que logo a seguir ganhou um dos maiores prêmios do cinema brasileiro, a Medalha de Ouro de Melhor Filme no Festival de Moscou/1981. Em 1983, causa forte impressão ao desmistificar violentamente a ilusão da abertura democrática em "A Próxima Vítima", um de seus melhores filmes. Em 1987 ganhou quase todos os prêmios do fest de Brasília, com o polêmico "O país dos tenentes"(com Paulo Autran) com temática ligada ao fim do regime militar. No ano seguinte recebeu o que faltou em Brasília, o prêmio de Melhor Filme no RioCine. O Plano Collor interrompeu sua carreira de forma drástica e o cineasta se auto-exilou no interior brasileiro: 8 anos sem filmar. Em 1999 seu épico "O tronco" (baseado no romance de Bernardo Élis) recebeu o prêmio de Melhor Filme pela Comissão das Comemorações dos 500 anos de Brasil (Festival de Brasília). Em 2005 realizou o documentário de longa metragem "Vlado, trinta anos depois", sobre seu amigo Vladimir Herzog, morto em dependências do Exército em São Paulo em 1975. Em 2010 foi o grande homenageado do festival latino-americano de cinema (Memorial da América Latina). Bastante atuante na área de política cultural, foi secretário estadual de Cultura de São Paulo na gestão Geraldo Alckmin, quando criou a Lei da Cultura (PROAC) com editais e incentivos para a produção cultural. Em 2012 foi nomeado Presidente da Fundação Memorial da América Latina. Sua produtora é a Oeste Filmes.