Viagem à Lua

Sempre que assisto a “Viagem à Lua” reflito sobre como os seres humanos são sonhadores, e como Georges Méliès enxergou na sétima arte um canal para representar os mais fantasiosos e maravilhosos sonhos. Mesmo que em pleno século XXI a exploração espacial seja uma realidade, no ano de 1902 era ambição para uns e mera fantasia para outros e o diretor consegue combinar as duas vertentes em sua obra-prima. Cientistas em trajes extravagantes que se assemelham a feiticeiros discutem sobre uma viagem ao satélite natural do planeta Terra. O homem que sugere essa ousada exploração é zombado por alguns e apoiado pela minoria, mas ainda persiste com o plano. Ao serem lançados à Lua por um foguete que se assemelha a uma bala de revólver, os cientistas se chocam com o olho da lua, que chora devido ao acidente. Nesse momento o fantasioso curta-metragem torna-se o mais onírico possível, com pessoas sentadas em cima de corpos celestes, cogumelos gigantes e nativos que são uma mistura de crustáceo, papagaio e esqueleto. Méliès utiliza a violência caricatamente, fazendo os alienígenas desaparecerem em uma explosão de fumaça após serem atingidos. Os homens retornam a casa em fuga devido à perseguição dos extraterrestres e lá são elevados ao título de heróis. Georges Méliès foi um ilusionista antes de tornar-se um dos diretores mais importantes do cinema, e levou todo o seu talento para seus filmes. Apesar de possuir mais de 500 curtas-metragens, esse sem sombra de dúvidas é o mais popular e talvez o mais importante, pois ele foi o precursor de: “2001: Uma Odisséia no Espaço”, “Star Wars”, “Alphaville”, “Blade Runner”, “Alien”, entre muitos outros.

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